segunda-feira, 11 de junho de 2012

Importâncias da Telenovela Brasileira para a Cultura

A telenovela brasileira é mais um componente que nacionaliza a indústria cultural brasileira. Através dela, ídolos internacionais disputam lugar com personalidades nacionais, em que nossos artistas locais jogam de igual para igual na tietagem dos fãs. Melhor ainda, durante muitos anos os artistas nacionais venceram essa queda de braço, sendo alvo de disputas tanto das indústrias televisivas quanto do mercado publicitário. A telenovela ainda foi propulsora de uma produção nacional televisiva, deixando uma forte herança nos seriados e, ainda, no cinema brasileiro, que ao menos tem o suporte de um parque industrial de produção que beneficia as realizações audiovisuais. Seria justo afirmar que tais produções televisivas são no mínimo responsável por dar trabalho a uma imensa gama de artistas e produtores que, não fosse este gênero incorporado a nossa cultura nacional, estariam fadados a ter uma profissão ainda mais difícil em nossos desandados caminhos artísticos terceiromundistas. Ainda com a telenovela, nossa grade televisiva tem maior espaço ocupado com produções nacionais do que com aquelas vindas do estrangeiro. Se fizermos uma análise detida da programação diária de uma Rede Globo, por exemplo, veremos que quase todo o tempo dela é destinada a programação caseira, tendo produções “gringas” ocupando pouco mais que horários sem visibilidade, raramente na audiência mais nobre. Para além de tudo isto, certamente devemos ainda à telenovela a rápida inovação técnica e tecnológica na televisão, pois de outra maneira, é possível que nossos avanços neste setor fossem bem mais lentos por não ter um carro-chefe que guiassem as perspectivas tecnológicas de nossa TV.

segunda-feira, 5 de março de 2012

Algumas causas do Nazismo


Algo que conta saber na hora de tentar compreender o apoio da população alemã ao movimento nazista, era o comportamento dos franceses dentro da Alemanha após a primeira guerra mundial. Policiais e soldados passavam pela rua montados em seus cavalos, chicoteando a população alemã, proibindo-os de andarem nas calçadas e estabelecendo um verdadeiro estado de humilhação contra um povo historicamente orgulhoso. Nada incomum em situações de (pós)guerra, mas decisivo.

Humilhados, os alemães viam nas propostas do partido nacional socialista uma idéia de revolução, mais do que uma proposição ideológica de extrema direita. A pobreza, miséria e desemprego fez com que os germânicos atingissem o fundo do poço.

Os desempregados faziam filas para receberem cédulas de mínimos dinheiros, vagando pelas ruas em total horror e calamidade. Sem trabalho, a população vivia em uma situação animalesca, quando a Alemanha se tornou a nação mais descapitalizada do mundo em 1923.

As coisas pioraram quando os cinco maiores bancos alemães faliram, fazendo a classe média existente sofrer ainda mais, entrando para a categoria dos desvalidos. Desta maneira, sem mudar o seu discurso inicial de meados da década de 1920, os nazistas começaram a ganhar o apoio populacional, daqueles que não tinham sequer esperança de vida. Assim, em 1930 os votos chegaram a mais de 30% sem que Hitler abrisse qualquer escritório de campanha ou visitasse quase nenhuma cidade alemã.

O partido comunista também crescia, havendo embates contra os nazis. Além da pobreza, a Alemanha caía num caos em que os partidos lutavam abertamente nas ruas por suas causas. Os principais partidos queriam acabar com a democracia alemã, e Hitler deixou claro que o nacional-socialismo era o caminho para o totalitarismo. Em discurso inflamado, ele prometeu que se ganhasse, acabaria com os demais partidos políticos e estabeleceria um governo de partido único. Foi uma promessa de campanha. E foi o que aconteceu. Como tudo o que acontece na história da humanidade, é consequência da uma causa, e fruto da sorte dos que sumiram ao poder e da incompetência daqueles que os cercavam.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

É bom ver filmes relacionados a Música



Em termos de música, algo que faz muita diferença é saber a história da canção. As vezes a melodia tem uma história diferente da letras, outras vezes caminham juntas. Em diversos momentos, a melodia é feita para a voz de alguém e, assim, melodia, letra e voz possuem sua própria trajetória. Quando vejo essa enxurrada de filmes documentais sobre canções, falando dos Titãs, dos Secos e Molhados, Festivais e por aí vai, a cada vez que saio do cinema ou dos momentos de assistir, fico maravilhado com a série de histórias que acompanham uma simples canção. Quando ouço as músicas novamente, é como se fossem novas melodias, novas letras e uma nova voz perpassando aqueles poucos minutos que sempre me tocaram. Vale muito procurar saber informações sobre músicas importantes para a nossa vida ou apenas gostosas de serem ouvidas. Recomendo que se procure faltar o mínimo possível essas salas de cinema sobre cantores, cantantes ou épocas musicais, pois as melodias, letras e vozes ficam ainda mais enriquecidas pela história que contextualiza tais momentos.

Jair Rodrigues hoje e sempre



Estive esse ano no show do Jair Rodrigues aqui em Curitiba, parte da nossa virada cultural. O que me impressionou é, em primeiro lugar, que o cara continua com um vozerão danado que inicialmente já contagia o público; mas sem dúvida o que mais chama a atenção é a energia do cantor que lembra aquela animação de palco que ele tinha, de quando vemos em documentários, ainda naqueles velhos tempos. É animado, simpático, enérgico. Grande Jair Rodrigues, quando canta “Prepare seu coração”, é como se trouxesse os grandes tempos da MPB de volta a nossos ouvidos.

Cantoras dos 60s e 70s: voz acima da beleza



É interessante que durante as décadas de 1960 e 1970 o regime militar ficava antenado com relação a sensualidade das cantoras que interpretavam as canções nos festivais de música televisionados. Interessante porque se lembrarmos das principais cantoras daquele período, aparentemente não há muito com o que se preocupar. Os dois grandes nomes femininos de nossa música àquela época – e provavelmente até hoje – eram Nara Leão e Elis Regina. Nenhuma das duas havia muito o que ser explorado em termos de beleza e sensualidade. Sem dúvida a beleza usual e mediana delas e de outras de suas companheiras como Nana Caymmi, demonstram que naqueles tempos o que interessava mesmo em uma cantora era a voz feminina e poderosa, capaz de ficar bonita tanto ao vivo em um palco de teatro quanto transmitida pela televisão. Essas foram sem dúvida as nossas maiores cantoras daquele momento até os dias atuais.

Nara Leão e o poder da voz em 67



No filme “Uma Noite em 67” – que trata sobre a final do Festival da Canção Popular da Record de 1967 – tem uma parte nos “Extras” que se refera à canção “A Estrada e o Violeiro”, interpretada por Nara Leão e Sidney Miller. A pergunta do documentarista sobre essa música é algo do tipo “como é possível uma canção tão longa se classificar para as finais do festivai?”, ao que os arguídos – ninguém menos que Solano Ribeiro, Zuza Homem e Ferreira Goulart – respondem sem pestanejar que o poder da melodia no festival se deveu à Nara Leão. E efetivamente, ouvindo e vendo as imagens, é possível perceber o quanto a voz dela era superior ao de seu parceiro de música e, provavelmente, de quanto sua interpretação ressoa belissimamente como talvez nenhuma outra foi capaz dada as condições técnicas de equipamentos projetados para um público grande e ao mesmo tempo para a televisão. Sua voz soa linda, limpa, suave e poderosa. Posso dizer que passei a entender o que se fala de Nara Leão definitivamente depois de ver estas imagens, em que uma voz tão imponente sai de uma mulher tão miúda. Impressionante.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

O negro não deve pedir licença ao branco para entrar


Meus caros amigos leitores (sei que talvez não tenha nenhum), peço que procurem filmes e biografias sobre Nelson Mandela, sobre Martin Luther King, sobre Zumbi dos Palmares e percebam que cada minúsculo direito conquistado pelos negros no Brasil, nos EUA e no mundo foi conquistado com muito, muito e muito sangue. Você que é branco, meu colega, pense na seguinte situação: imagine querer estudar em uma escola e morrer por isso, ver seus familiares, parentes, amigos morrerem para que, aos pouco, um consiga entrar na escola, pegar um ônibus, frequentar uma mísera praça. Meu velho, isso não é coisa do passado não, na África do Sul o apartheit acabou um dia desses.

Meu amigo, pense em você com sua videolocadora e o que pode se passar em sua cabeça ao entrar um negro. Camarada, porque você acha que pedem currículo com foto??? Para excluir os negros dos atendimentos comerciais e de tudo o que possa ser público. Porque as cotas assustam aos brancos??? A luta continua e ela não acentua o preconceito, o que vai acontecer é que o preconceituoso e o racista vão se manifestar ao verem os negros conquistarem seus lugares de direito e frequentarem os mesmos lugares dos demais agentes sociais. Não haverá mais racismo com os negros calgando altos postos, apenas ficará mais claro o racismo que já existe, acabará esse mito absurdo que foi criado no Brasil de que somos um país tolerante. Tolerante enquanto o negro é subalterno.

Salve Zumbi, salve os Black P. Stones, Salve os Black Stone Rangers, salve os Panteras Negras e suas boinas vermelhas! Quando o negro pediu licença para entrar, as portas foram fechadas. Quando entrou sem pedir foi preso, assassinado e torturado. A questão é de luta mesmo.